NOOTRÓPICOS: Quais os efeitos?
Relembrando, esta é uma entrevista que dei a uma estudante de Jornalismo há algum tempo atrás e recentemente encontrei aqui, achei interessante postar pra vocês. Esta é a parte 3, caso não tenha visto as partes anteriores, recomendo que leia para seguir o raciocínio.
P: Na matéria do Fantástico, você comenta que sente sua visão se expandir após tomar um dos remédios. Além dessa sensação, quais outros efeitos você experimenta durante o dia?
Sinto:
-Melhora no humor -Foco -Capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo -Diminuição na fadiga ao estudar -Etc...
Alguns nootrópicos específicos podem favorecer sua acuidade visual e capacidade auditiva, em suma, enxergar de forma mais expansiva, ver cores mais vívidas e nítidas e ouvir com uma maior distância respectivamente.
P: Você aponta, em um dos vídeos, a questão da discussão ética ocorrer no Brasil, mas não fora dele. Nota-se, também, a preocupação de pessoas quanto ao dopping mental no momento em que os nootrópicos são usados durante provas de concurso. Como você enxerga essa questão ética? Por que há tanto preconceito envolvido quanto a um assunto que divide opiniões médicas?
Eu não vejo como algo antiético. Imagine o seguinte cenário:
1) Um rapaz quer ficar forte, ele se alimenta mal e não vai a academia, porém acredita que, se manter os mesmos hábitos e tomar esteroides anabolizantes será o atleta que sempre sonhou.
2) Um rapaz quer ficar forte, ele se alimenta bem e treina de forma inteligente e estruturada na academia, opta por não tomar anabolizantes,e tem ótimos resultados.
3) Mas e se o rapaz do se segundo quadro, decide tomar anabolizantes...
Colocando os 2 para competir entre si, quem acha que será o mais forte?
O caso do rapaz do quadro nº 1 ilustra bem uma coisa:
De nada adianta eu colocar o turbo (anabolizante) no carro, se eu não sei dirigir (Treinar e se alimentar), obviamente que meu resultado será medíocre.
A MAIORIA DAS PESSOAS QUE PROCURAM NOOTRÓPICOS ESTÃO NESSA CONDIÇÃO.
Pois carecem de técnicas, programação ou metodologia de estudo, e, depositam todas suas esperanças em uma pílula mágica que irá o transformar do dia para noite no novo EINSTEIN.
O Quadro 2 nos indica o seguinte, se eu DOMINO técnica, programação e metodologia de estudo, pouco importa se eu uso ou não uso nootrópicos, com certeza meu desempenho será superior ao rapaz do quadro 1.
O Quadro 3 nos mostra que, se eu DOMINO técnica, programação e metodologia de estudo, qual o problema de usar substâncias que me coloquem em um patamar cima do Quadro 2? O que haveria de errado nisso?
A competição verdadeira é sempre consigo mesmo.
Se você é uma pessoa exigente e procura superar-se a cada dia, terá que viver uma vida regrada e disciplinada, suas conquistas serão meritocráticas.
Na comparação entre dois indivíduos onde um deles:
-Se alimentar melhor. -Dorme melhor. -Cuida melhor de sua saúde.
Deveria ser visto como DOPPING?
Ora, uma pessoa que gosta de si mesma, se cuida, é dedicada à atingir seus objetivos na vida saindo constantemente da zona de conforto e vencendo diariamente sua preguiça, terá sempre um desempenho melhor que outra que não o faz.
Esse é o fator determinante para o sucesso, nootrópicos entretanto não determinam resultados, embora como já dito, facilitem o processo em muitos pontos.
O Preconceito é precedido pela ignorância, querer proibir ou classificar nootrópicos em dopping é querer negar o direito de auto aprimoramento do usuário, quando este julgar necessário e claro, sempre sob acompanhamento de um especialista.
P: Em entrevista, me foi explicado que existe a preocupação quanto aos efeitos a longo prazo porque não temos como saber em quais sinapses as substâncias atuam. Você rebate essa informação? De acordo com seus estudos, há a possibilidade de haver esse risco futuro? O primeiro NOOTRÓPICO PIRACETAM foi criado em 1964 pelo Dr. Corneliu E Giurgea.
Foi popularizado em 1972 quando começou a ser comercializado.
Nesta mesma época, o Dr. Giurgia definiu os 5 princípios que todo nootrópico deveria ter para assim ser chamado:
1-Aumentar a memória e aprendizado
2- Aumentar a resistência do que foi aprendido, mesmo sob condições adversas (Falta de oxigênio, choque eletroconvulsivo, etc...)
3-Proteger o cérebro contra danos físicos ou químicos.
4- Potencialização de áreas específicas do cérebro (controle tônico cortical / subcortical).
5 -Possuir colaterais praticamente nulos, toxicidade extremamente baixa (ou nenhuma), não causando sedação e estimulação motora típicas de drogas psicotrópicas comuns.
Ou seja, para classificar uma substancia como Nootrópico, esses são os requisitos mínimos que deve preencher.
Hoje em dia, 53 anos depois (2017), se você escrever PIRACETAM no google acadêmico achará aproximadamente 21.500 resultados, para se considerar um fármaco seguro e “bem estudado” geralmente utiliza-se uma linha de corte de 10 anos.
Em resumo, estudos não faltam, tanto em homens quanto em animais há uma vasta literatura científica mostrando os prós e contras no uso desse tipo de substância a longo prazo.
Posso citar vários exemplos:
Para um medicamento ser comercializado, este deve passar por rigorosos testes até sua aprovação por órgãos competentes.
Imagine por exemplo o Hydergine (Mesilato de codergocrina), que é vendido normalmente em farmácias.
Estudos mostram por exemplo que através de suas ações como: -Aumento de vasodilatação -Aumento de Fluxo, oxigênio e geração de ATP neuronal -Efeitos antioxidantes -Modulação de neutransmissores como (Dopamina, Acetilcolina e Serotonina)
Sendo eficaz para tratar: -Demência -Melhora sintomatológica no Alzheimer -Declínio cognitivo.
Suas indicações, ações e possíveis efeitos adversos são bem estudados e estão na bula.
Seu criador o cientista suíço ALBERT HOFMANN, também conhecido como Pai do LSD, considerava o hydergine como um dos responsáveis por manter seu cérebro sempre ativo e jovem mesmo em idade avançada.
O Dr. Joseph Knoll foi pioneiro em estudos de um nootrópico chamado SELEGILINA, o qual possui mais de meia década de referências científicas, as quais destrincham em detalhes seus mecanismos de ação.
Dr. Knoll usa continuamente o fármaco desde sua criação até os dias atuais e obtendo benefícios diversos. Escreveu um livro:
“How Selegiline ((-)- Deprenyl) Slow Brain aging”
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Traduzindo: “Como Selegilina (Deprenyl) retarda o envelhecimento cerebral”
A Dra. E PHD Rita Ostrovskaya, criou um dos mais populares nootrópicos dos dias atuais, o NOOPEPT (como se fosse uma versão otimizada do Piracetam).
Faz uso da substância desde os anos 90, possui excelente saúde mental e cognição atribuindo muito de seus resultados à substância. A mesma publicou diversos estudos a respeito do fármaco.
Dessa forma concluo meu raciocínio dizendo que, aqueles que afirmam que nootrópicos são apenas prejudiciais, não sabem o mecanismo de ação, tampouco a segurança dos nootrópicos a longo prazo, seguindo a orientação de algum orgão ou opinião popular e não estudaram suficientemente à respeito.
Saliento também que NÃO EXISTE NENHUMA SUBSTÂNCIA 100% SEGURA, tudo depende do contexto, pois, até água em excesso pode lhe causar hiponatremia levando-a à morte.
NINGUÉM deveria usar nootrópicos sem o acompanhamento de um especialista,
existem sim diversos riscos, geralmente devido à:
1) Interações medicamentosas:
Exemplo: Pessoas que usam inibidores da MAO-A associados a ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina), podem ter uma crise hipertensiva aguda “síndrome serotoninérgica”, isso acontece muito em pessoas que usam antidepressivos e querem sem conhecimento associá-los aos nootropicos.
2) Condições patológicas pré-existentes
Se uma pessoa já possui uma doença, por exemplo Hipotensão, é natural que deva-se evitar nootrópicos com propriedades vasodilatadoras, etc...
Esses são apenas alguns exemplos, sempre leia a Bula, estude bastante a respeito e consulte um especialista para não correr riscos.
Dessa forma nootrópicos, podem sim ser usados de forma segura quando há um bom conhecimento de fisiologia e bioquímica respaldando o contexto. A vasta e antiga literatura sobre as mais diversas substâncias mostram segurança e baixo risco de “surpresas” futuras, ou seja, no seu uso a longo prazo.
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